Jorge Coli faz a primeira palestra do Troque Cultura nesta quinta

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O historiador da arte Jorge Coli é destaque da primeira edição do projeto “Troque Cultura”, da Q Galeria. Livros arrecadados pela palestra serão destinados a entidades filantrópicas.

Projeto, que tem como intuito disseminar a cultura em Campinas, arrecada livros na troca de ingressos para palestras culturais com grandes nomes da cidade. Primeiro encontro será nesta quinta, dia 14, com o renomado historiador da arte Jorge Coli.

A Q Galeria e Escritório de Arte, que surgiu da reformulação do conceito oferecido há 20 anos pela Quadrante Galeria, inaugura oficialmente, nesta quinta (14), seu novo espaço no Cambuí, anexo ao antigo prédio. A partir das 19h, a Q lança também seu primeiro projeto cultural, o “Troque Cultura”, que oferece palestras, abertas ao público, com grandes nomes da Arte no Brasil em troca de livros em bom estado. O primeiro encontro, intitulado “O que é arte”, será com o renomado historiador da arte Jorge Coli, que é professor titular da Unicamp, autor de livros consagrados como “O que é arte” e “O corpo da liberdade”, e colunista do jornal Folha de São Paulo. As inscrições devem ser feitas pelo site e os livros devem ser entregues na entrada do evento.

De acordo com a historiadora da arte e curadora da ‘Q’, Patrícia Freitas, eventos como este marcam a nova proposta da galeria. “Além de oferecer consultoria especializada em obras de arte, queremos nos posicionar como fomentadores culturais da cidade. Teremos exposições, encontros e cursos de arte e cultura regularmente neste novo espaço, que ganhou um ar mais moderno e arrojado”, explica Patrícia. Os interessados podem doar um livro usado de arte, literatura ou cultura, por exemplo. A proposta é que o público troque seu conhecimento e patrimônio cultural – na forma de um livro – por uma palestra proferida por pessoas interessantes, especialistas e artistas, sempre sobre temas ligados à arte e à cultura. “O Troque Cultura é nosso xodó, nossa contribuição para que a cultura chegue onde ela nem sempre consegue chegar. Acredito que todos queremos que a cidade ‘troque de ares’, que troque cultura”, conta Patrícia Freitas. Os livros coletados serão destinados a entidades filantrópicas, numa segunda etapa do projeto.

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Arte como investimento

Ainda segundo a curadora da Q, este é o momento ideal para quem quer apostar no segmento. “A arte brasileira nunca esteve tão valorizada no mercado internacional e nacional, e com um valor tão acessível”. A especialista afirma que é possível comprar obras de grandes artistas renomados com ótimos descontos, ou ainda apostar em artistas em começo de carreira e garantir um belo patrimônio. Em tempos de retração dos investimentos mais conservadores, comprar obras de arte pode ser uma maneira mais prática de manter seu capital aquecido.

A segunda edição da pesquisa setorial do Projeto Latitude – Platform for Brazilian art Galleries Abroad , em parceria entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABCT) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil), revelou que 71,5 % do volume de negócios no mercado de arte são fomentados por colecionadores privados.

O mercado mundial de arte cresceu muito nos últimos anos e gira em torno de 40 bilhões de dólares. As vendas em leilões, que são públicas e registradas, abrangem um terço do total. O Brasil está com aproximadamente apenas 1% do mercado mundial, com vendas em leilões, galerias e negociações particulares. Entretanto, enquanto no ano passado o mercado de arte em termos mundiais cresceu 7%, no Brasil, esse crescimento foi de 21%, segundo o mesmo estudo, o que mostra que o País tem um espaço muito grande para crescer.

O mercado da arte também tem acompanhado um grande crescimento como forma de investimento. “Hoje temos muita procura de obras de artistas emergentes. É um tipo de aposta. Muitas dessas pessoas aplicam na bolsa e compram arte como uma forma de diversificar o investimento. Depois de adquirida, aguardam um certo tempo para vender. É uma forma de formar um patrimônio e, ao mesmo tempo, conviver com uma coleção de arte, que é algo bastante agradável”, finaliza a historiadora e curadora Patrícia Freitas.

De Quadrante para Q

Embora a Q Galeria esteja abrindo suas portas para o público de Campinas agora, sua história começa muito antes, com a Quadrante Galeria, que por mais de 20 anos funcionou sob a liderança da galerista Lucila Vieira, que já vinha se dedicando à carreira de marchand e gerenciadora de artistas. No início deste ano, a curadora se uniu a dois outros profissionais e criou a Q Galeria. No time da Q, além da historiadora da arte e curadora Patrícia Freitas, está também o produtor cultural Newton Gmurczyk. “A ideia surgiu pela vontade de ‘sacudir’ um mercado um tanto apático e encontrar um novo modo de se relacionar com as artes”, afirma Lucila. Para isso, a Q aposta no serviço de consultoria especializada e na promoção de um espaço de incentivo à cultura. Patrícia destaca a importância deste diferencial da galeria: “O papel da Q é acompanhar cada cliente, desde seus primeiros passos em direção à aquisição de obras de arte, até a consolidação de uma coleção. Mesmo que a pessoa não esteja pensando ainda em investir em arte, é nosso dever como profissionais desta área desmistificar a ideia de que arte é um luxo, apenas acessível para poucos, e apresentar as melhores opções para cada cliente”, avalia.

A curadora explica que muitas pessoas têm dúvidas na hora de comprar uma obra de arte, e em geral, não sabem bem como começar uma coleção, ou mesmo adquirir uma peça que traduza seu gosto. Para isso, segundo Patrícia, a ajuda de um especialista é fundamental e deve se estender desde as primeiras conversas até a manutenção da obra ao longo dos anos. “O curador é alguém que deve respeitar o seu gosto e ajudá-lo a extrair o melhor dele, dentro das suas condições. Não é necessário ser o Bill Gates para ter uma coleção, é apenas preciso saber qual o melhor caminho neste processo. Antes de tudo, a obra precisa falar ao seu coração e você pode aumentar o seu patrimônio aos poucos. Essa é a parte mais gostosa, é quase um exercício de autoconhecimento”, explica Patrícia.

Serviço – Projeto Troque Cultura na Q Galeria

Palestra “O que é Arte”, com Jorge Coli
Quando: 14 de abril – 19h às 21h
Entrada: doação de um livro (exceto livros didáticos e/ou técnicos, com conteúdo religioso ou político, eróticos ou pornográficos, com conteúdo ofensivo em geral ou em língua estrangeira);
Vagas limitadas – inscrição pelo site: www.qgaleria.com.br

Onde: Q Galeria e Escritório de Arte – Rua Américo Brasiliense, 163. Cambuí. Campinas.
Telefone: (19) 3251.2288
Aberta à visitação pública e gratuita de segunda a sexta, das 9h às 18h; e aos sábados, das 9h às 13h.

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